sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Designers & Dragons - um guia sobre a história dos RPGs



Ótima notícia para aqueles interessados em saber mais sobre a história dos RPGs.

A Evil Hat Productions, editora que publica o sistema universal FATE, está lançando a segunda edição do Designers & Dungeons, escrita pelo autor e historiador Shannon Apelcline. Originalmente lançada pela Mongoose, e fora de catálogo há alguns anos, a segunda edição consiste de quatro volumes, cada um abordando uma década diferente: anos 70, anos 80, anos 90 e anos 2000.

Imperdível.

Para mais informações, visite Designers & Dungeons.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Personagens multi-classe - algumas regras


Estas são algumas regras que utilizo para personagens multi-classe em minhas campanhas:

- Apenas guerreiros, ladinos e magos podem ser personagens multiclasse;

- Sub-classes (paladinos, bardos, druidas, etc.) e magos especialistas não podem ser multi-classe.

- Sacerdotes de deuses ou religiões específicas (i.e. specialty priests) só podem ser multi-classe se sua descrição assim permitir - por exemplo, os sacerdotes de Clanggedin Silverbeard, deus anano da guerra, podem ser sacerdotes/guerreiros.

- Magos multi-classe não podem lançar magias se estiverem vestindo armaduras.

- Ladinos multi-classe sofrem reduções severas em suas habilidades se vestirem armaduras pesadas (isto é, qualquer armadura mais pesada que studded leather).

- Guerreiros multi-classe não podem se especializar.

- Com exceção do arco longo, ladinos/guerreiros não podem utilizar armas de tamanho "L" (grande).

- O personagem não sobe de classe separadamente; o total de pontos de experiência necessário para que o PC ganhe um novo nível será o total de ambas as classes. Por exemplo, para chegar ao segundo nível de personagem, um mago/guerreiro precisa de 4500 XP.

- O PC pode comprar as proficiências de ambas as classes ao custo normal.

Raças básicas e as raízes do D&D


Estes dias estava procurando mais notícias sobre D&D Next, mais especificamente quais seriam suas raças e classes básicas, e me deparei com uma notícia preocupante - há rumores que certas tosqueiras da versão 4.0 (a saber tieflings e dragonborn) seriam considerados "raças básicas" da nova edição.

"Já começaram mal", pensei comigo. Explico.

Um dos motivos do fracasso retumbante da versão 4.0 do D&D foi sua rejeição deliberada às raízes e à história do jogo. Originalmente, D&D foi criado com forte influência de dois gêneros de literatura fantástica: espada & feitiçaria e fantasia épica tolkieniana. Basta olhar o Apêndice N da primeira edição do Dungeon Master's Guide, escrita por Gary Gygax, para comprovar isso.

Portanto, não é à toa que elfos, ananos e halflings sempre foram "raças básicas" do jogo em todas as suas edições desde a primeira versão em 1974 (gnomos e meio-orcs são adições tardias, surgidas com a primeira edição avançada).

E, obviamente, os primeiros cenários de campanha publicados para (A)D&D, como Greyhawk, Dragonlance e Forgotten Realms, que bebiam da tradição da fantasia clássica, sempre apresentaram estas raças, ou suas variantes, como opções para os jogadores. 

Ao descaracterizar este importantíssimo aspecto do jogo com a introdução de raças que fogem ao padrão da fantasia clássica, e cujo propósito é apenas "ser diferente", a versão 4.0 jogou no lixo mais uma das coisas que tornavam (A)D&D aquilo que sempre foi.

E com resultados absurdos, como ocorreu com um dos cenários mais tradicionais do jogo, Forgotten Realms, que foi completamente descaracterizado para acomodar tais raças, que simplesmente "brotaram" do solo de Faerûn (sim, eu sei que há motivos canônicos de como essas novas raças surgiram, mas são motivos tão tolos quanto as raças em si).

"Ah, Ricardo, você está sendo muito reacionário. Qual o problema com a introdução de novas raças?"

Não estou sendo reacionário. Embora seja bastante tradicionalista, não me oponho a mudanças desde que elas tenham um propósito ou tragam algo de bom. Mas acho besteira mudar só por mudar - principalmente quando tais mudanças estragam algo que sempre funcionou.

Vejam, não sou contra a existência de raças heterodoxas em cenários que fogem à fantasia tradicional. Em Planescape (um cenário brilhante e que nada tem de fantasia tradicional - muito pelo contrário) há um motivo para a existência de raças alternativas de personagens como bariaurs, tieflings, genasi, githzerai e aasimar - são raças nativas de outros planos, e consideradas normais em uma campanha cujo cenário são os diversos planos cosmológicos do AD&D.

Digo o mesmo com relação a Dark Sun, que não apenas nos apresentou novas raças como muls, meio-gigantes e thri-kreen, como também trouxe abordagens alternativas de raças tradicionais, como elfos e halflings - mas sempre integradas à temática e ao cenário da campanha.

Da mesma forma, achei ridículo a inclusão de raças não-humanas tradicionais, como elfos e ananos, em al-Qadim, um cenário baseado nas 1001 Noites - tanto que sempre que mestro este maravilhoso cenário os humanos são a única raça existente.

Portanto, não se trata de ser reacionário. Acredito piamente que raças não-convencionais têm seu espaço em cenários idem. Mas não me peçam para aceitar como parte intrínseca de um jogo de fantasia clássica coisas como tieflings.

De qualquer modo, é preciso aguardar para ver quais serão realmente as raças básicas da nova edição. Porém, se a intenção do D&D Next é unir e trazer de volta todos os jogadores (inclusive os "veteranos"), a Wizbro deve, acima de tudo, respeitar a história e as raízes do jogo.