arte de Clyde Caldwell |
Desde o início do (A)D&D, poucas magias se mostraram tão abertas à interpretação, ou tão polêmicas, quanto charm person. Muitos mestres (ou jogadores...) tratam essa magia como a habilidade de mesmo nome que certos monstros, como os vampiros, possuem - isto é, um meio de dominar ou escravizar por magia outra pessoa. Na verdade, esta magia de primeiro nível não é tão poderosa assim.
Como acredito que esclarecer as coisas de antemão é a melhor maneira de evitar mal-entendidos entre GM e jogadores, aqui está o modo como trato charm person nas minhas campanhas:
Primeiramente, vamos esclarecer o que esta magia não faz: como disse na introdução, ela não permite ao mago dominar as ações ou a mente de outrem, e o objeto da magia não se torna "escravo" do mago, mas apenas mais influenciável e mais suscetível aos argumentos do mago, dentro de certos limites.
Por exemplo, alguém enfeitiçado por esta magia não fará algo que vá contra seu alinhamento, seu código ético e moral pessoal, ou contra seus princípios, por mais loquaz que seja o mago. Em outras palavras, com esta magia um mago jamais convencerá um paladino a passar a noite na esbórnia em um bordel ou fazer com que um guarda honesto aceite um suborno ou deixe de cumprir seu dever. Tampouco uma pessoa jamais será convencida por argumentos absurdos ou ridículos como, por exemplo: "Hoje é meu aniversário, você poderia me dar sua espada mágica como presente?"
Por outro lado, um guarda corrupto pode aceitar um pagamento menor ou ajudar o mago em troca da promessa de pagamento posterior; um inimigo pode ser mais suscetível a uma oferta de rendição; um NPC pode ser mais simpático ao pedido de ajuda do personagem; um seguidor pode tornar-se mais leal e confiável; o guarda honesto de um castelo pode exigir que seu novo "amigo" deixe o local imediatamente, do contrário poderá ter de prendê-lo ou matá-lo; ou um vendedor por oferecer um desconto maior, mas ainda razoável, em seus produtos.
Simples assim.
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