sexta-feira, 26 de julho de 2024

Caótico e Maligno

 

 

Iuz, o Maligno - arte de Jeff Easley

Um vilão caótico / maligno é um indivíduo motivado por egoísmo, ganância, hedonismo e perversidade. Sua ânsia constante de causar conflitos, destruição e sofrimento ao mundo e às pessoas ao seu redor só é comparável à sua vontade desmedida de obter cada vez mais vantagens, poder e riquezas. Ainda que preze sua própria liberdade acima de qualquer coisa, ele não se importa com outras pessoas e faz o que for preciso para conquistar seus objetivos. Quando agem por conta própria, são brutais e implacáveis, mas, quando agem em nome de uma causa maligna, são ainda piores.

Eles são violentos, sanguinários, traiçoeiros, impiedosos, cruéis, pérfidos, imprevisíveis, irascíveis, gananciosos, egoístas, impulsivos, insensíveis, implacáveis, iconoclastas e antinômicos. Eles não têm problemas para tomar o que desejam usando quaisquer meios à sua disposição. Leis e autoridades são apenas obstáculos a serem ultrapassados ou removidos. A única lei que respeitam é “a lei do mais forte”, isto é, os fortes e poderosos têm o direito de tomar e conquistar aquilo que desejam, e os fracos e inocentes devem ser explorados ou aniquilados.

Estes personagens só trabalham juntos em raras ocasiões, normalmente motivados pelo desejo de derrotar um inimigo em comum e, ainda assim, apenas se houver um indivíduo capaz de manter o grupo unido por meio de força, poder ou intimidação.

Os vilões caóticos / malignos mais fortes ou belicosos são verdadeiros psicopatas e rufiões, que sentem satisfação em provocar dor, sofrimento e medo em outras pessoas; já os mais inteligentes, ardilosos e maquiavélicos se deleitam em corromper os inocentes e virtuosos – para eles as pessoas são apenas peças em um joguete doentio, usadas, manipuladas e descartadas ao seu bel-prazer. Estes vilões não apenas destroem e atacam seus rivais e inimigos, mas qualquer que cruze seu caminho pelo simples prazer de causar dor, sofrimento e destruição.

Ainda que prezem muito sua própria liberdade, eles possuem total desprezo pelas vidas e pela liberdade de outros seres – e se esse for o preço a pagar para conquistar ou obter algo que desejam, que seja. Para eles, liberdade implica no direito de fazer o que quiserem e tomarem o que quiserem para si, usando quaisquer métodos que julgarem necessários, incluindo violência e ameaças, sem se importar com as conseqüências.

É importante notar que o fato de um vilão ser caótico e maligno não significa que ele automaticamente mate, torture e ataque qualquer pessoa que encontra pela frente. Eles são malignos, não estúpidos, e têm ciência de que suas ações podem ter consequências – eles apenas não se importam com elas – portanto, só cometem tais atos quando sabem que podem agir impunemente e que não serão descobertos ou pegos.

Sociedades caóticas e malignas são verdadeiras cratocracias, onde os mais fortes e poderosos dominam, oprimem e exploram os mais fracos. A maioria das pessoas vive com medo constante dos seus governantes. Não há lei, ordem, tradições ou organização social de qualquer espécie que não a lei do mais forte. Os líderes e governantes só se mantém no poder pela força, coerção, intimidação ou astúcia e, ao menor sinal de fraqueza, são imediatamente substituídos, sempre de forma violenta, por qualquer um com os meios de tomar o poder. Expurgos, assassinatos e golpes de estado são comuns.

São exemplos de raças e criaturas caóticas e malignas: humanóides violentos, sanguinários e belicosos, como os orcs e gnolls, que vivem em sociedades tribais sempre dominadas pelo indivíduo mais forte ou poderoso; os bugbears, caçadores e assassinos noturnos que se deliciam em causar medo e pavor em suas vítimas; os vampiros, que consideram os seres vivos como presas a serem consumidas livremente; e os tana’ri, demônios oriundos do Abismo cujo único propósito é levar destruição, dor e sofrimento aos mortais.


Princípios comuns aos vilões caóticos e malignos:

    Considera a lei e a ordem meramente como obstáculos a serem removidos para conquistar seus objetivos.

    Mente, engana, seduz, manipula e trapaceia corriqueiramente.

    Não se importa com honra, acordos ou contratos.

    Só faz alianças temporárias e por conveniência. Pode agir de maneira leal enquanto lhe for vantajoso ou conveniente, mas não pensa duas vezes em trair aliados, companheiros, superiores ou subordinados se tiver algo a ganhar com isso, e muda de lado se for necessário para alcançar seus objetivos ou garantir vantagens pessoais.

    Só obedece a ordens de seus superiores por medo de represália ou punição. Do contrário, age como melhor lhe convier.

    Despreza indivíduos bons, virtuosos ou que demonstram qualidades como compaixão, lealdade, honestidade, veracidade, honra, altruísmo ou sacrifício. Para ele, essas são fraquezas que devem ser exploradas e usadas contra seus inimigos.

    Ameaça, intimida, espanca e tortura por prazer e satisfação pessoal.

    Utiliza quaisquer métodos que considera mais eficientes e rápidos para cumprir seus objetivos: envenenamento, assassinato, violência física, tortura, chantagem, manipulação, sequestro, terrorismo, etc.

    Considera a vingança como algo legítimo e justificável, e sua retribuição normalmente é cruel, desproporcional e costuma envolver terceiros (familiares e amigos, por exemplo).

    Considera a maioria das pessoas como hipócritas, intolerantes, inflexíveis e tacanhas.

    Se estiver em uma sociedade ordeira, pode controlar seus impulsos violentos e malignos e agir de maneira discreta e dissimulada.

    Comete quaisquer crimes, violentos ou não, para alcançar seus objetivos.

    Machuca, ataca, prejudica, corrompe e destrói inocentes por prazer ou satisfação pessoal.

    Nunca ajuda os necessitados, nem mesmo por uma boa recompensa.

    Só trabalha em grupo em circunstâncias muito particulares (para derrotar um inimigo mais forte, por exemplo) e sob o tacão de um líder mais forte ou poderoso que o mantenha na linha.

    Em combate, emprega truques sujos e táticas desonestas, como ciladas e emboscadas. Em guerras não se importa com códigos de conduta, e corriqueiramente ataca civis, comete vandalismo e pilhagem, provoca incêndios e adota táticas de terra devastada.

    Inimigos que se rendem são mortos imediatamente. Apenas fazem prisioneiros quando têm algum propósito nefasto em mente (pedir resgate, torturar, estuprar, sacrificá-los a seus deuses, usá-los como escudos humanos ou devorá-los, por exemplo).

    Nenhum ato é considerado maligno, cruel, nefasto, vil, blasfemo ou odioso demais para estes vilões, que cometem as piores atrocidades sem se importar com o sofrimento ou a vida alheia.

    Tendem a ver a si próprios não como malignos, mas como independentes, determinados e livres das tradições e “grilhões morais” da sociedade. Consideram personagens bons ou ordeiros como hipócritas, fracos, simplórios e presos a convicções inúteis.


Ações que os vilões caóticos e malignos nunca praticam:

    Cometer atos ou exibir virtudes que considera indignos ou sinais de mediocridade e fraqueza (como benevolência, misericórdia, altruísmo, sacrifício, caridade e heroísmo).

    Respeitar regras, tradições, instituições ou princípios sociais.

    Exibir comedimento ou moderação enquanto busca realizar seus objetivos pessoais.

    Não se entregar a seus vícios e paixões.

    Associar-se a indivíduos bons ou ordeiros por vontade própria.

    Demonstrar honra ou integridade no campo de batalha.

    Poupar a vida de um inimigo, oponente ou rival.


Exemplos de personagens caóticos / malignos da ficção:
Morgoth
Barão Vladimir Harkonnen (Duna)
Iggwilv e Iuz, o Maligno (Greyhawk)
Zhengyi o Rei-bruxo e Halaster (Forgotten Realms)
Darth Maul (Star Wars)
Mercenário, Carnificina e Dentes-de-Sabre (Marvel)
Coringa e Lobo (DC)
Orochimaru, Gaara (inicialmente), Hidan e Deidara (Naruto)
Goku Black e Buu (Dragon Ball)
Ramsey Bolton, Gregor Clegane e Aerys Targaryen (GoT)

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