sexta-feira, 19 de julho de 2024

Neutro e Bom

 

 

Tanis Meio-Elfo e Flint Fireforge - arte de Clyde Caldwell

 

Personagens de alinhamento neutro / bom empenham-se em combater o mal ativamente cultivando virtudes como compaixão, justiça, temperança, honestidade, prudência, lealdade e altruísmo ao mesmo templo que buscam equilibrar princípios éticos como o respeito às leis e a valorização das liberdades pessoais e individuais.

Esse equilíbrio é essencial para a prática do bem, pois é capaz de criar as melhores condições para todos os seres vivos, uma vez que o excesso de leis pode restringir ou limitar a prática do bem, enquanto a liberdade desmedida pode levar a um estado permanente de anarquia, divisões e conflitos.

Indivíduos que adotam este alinhamento possuem um apurado senso moral e valorizam a vida e a liberdade acima de tudo, por isso desprezam e combatem ativamente tiranos e facínoras. Além disso, ocasionalmente eles se vêem forçados a agir fora do sistema legal para alcançar um bem maior – um personagem bom e neutro acredita que quebrar as regras é ruim, mas não ajudar a quem precisa é algo ainda pior.

Porém, é importante frisar que eles jamais agem ativamente contra lei justas; em outras palavras, eles jamais cometeriam um crime, pois personagens neutros e bons não acreditam que “os fins justificam os meios”, tampouco são cruéis ou vingativos, ainda que sejam dotados um forte senso de justiça e ira justa. Na maior parte do tempo eles agem dentro da lei, mas não se furtam a agir como justiceiros quando necessário se estas mesmas leis impedem a realização do bem maior.

Para alguém neutro / bom, lei e caos são apenas ferramentas úteis para garantir a vida, a liberdade, a prosperidade e o bem-estar de todos os seres vivos. Assim como geralmente ocorre com alinhamentos eticamente neutros, a auto-suficiência é um traço essencial de sua personalidade, e muitas vezes estes personagens tendem a confiar mais em si próprios do que em outras pessoas. Isso não significa que eles são completamente individualistas – pelo contrário, eles sabem cooperar e agir em grupo, e desenvolvem relações genuínas de confiança e amizade com seus companheiros, mas tendem a crer que, em algumas situações, os talentos individuais são mais eficazes do que o trabalho em grupo.

Sociedades neutras / boas tendem a ter formas de governo que visam o bem comum, promovem o altruísmo e a justiça e, ao mesmo tempo, trazem estabilidade social sem interferir na vida dos cidadãos. A aristocracia, conforme definida por Platão e Aristóteles, onde um pequeno grupo de pessoas idôneas e competentes governa buscando o bem maior, seria a forma de governo de uma sociedade neutra e boa ideal.



Princípios comuns aos personagens neutros e bons:

    Jamais quebra sua palavra de honra quando está lidando com outros personagens bons ou neutros. Por outro lado, não vê problema algum em mentir ou voltar atrás em sua palavra quando está lidando com personagens e seres sabidamente malignos.

    Jamais comete atos criminosos (roubo, assassinato, vandalismo, suborno, etc.) ainda que esteja agindo para fazer justiça com suas próprias mãos, pois mesmo nestes casos ele não coloca seus princípios morais em segundo plano.

    Rejeita a máxima de que “os fins justificam os meios”.

    Na maior parte das vezes segue a lei e respeita autoridades legalmente constituídas, especialmente quando elas seguem bons princípios morais, mas não pensa duas vezes em fazer justiça com as próprias mãos quando necessário.

    Jamais comete traição contra um familiar, amigo ou companheiro.

    Sempre salda suas dívidas e cumpre seus contratos.

    Criminosos e malfeitores devem, quando possível, ser denunciados ou levados à justiça. Quando não for possível, o personagem pode – e deve – agir para coibir o crime.

    Considera a vingança algo aceitável como último recurso e desde que feita dentro de limites morais bem definidos.

    Demonstra compaixão com aqueles que são mais fracos ou destituídos, e sempre ajuda os necessitados da melhor maneira possível.

    Possui senso de honra e dever, mas não se vê moralmente obrigado a manter estes princípios se não houver recíproca.

    Sempre trata oponentes honrados da mesma forma, aceita rendições e cuida de seus prisioneiros.

    Não tolera ou faz barganhas com o mal. Pelo contrário, atua ostensivamente para destrui-lo.


Ações que os personagens neutros e bons nunca praticam:

    Perfídia (inclui traição, deslealdade, quebrar a sua palavra de honra e romper um contrato sem motivo).

    Mentira ou manipulação em benefício próprio ou visando vantagens pessoais; porém, é aceitável mentir por uma causa nobre ou bem maior.

    Cometer um crime, por qualquer motivo.

    Não aceitar uma rendição honrosa ou maltratar prisioneiros.

    Cometer atos malignos (tortura, assassinato, uso de venenos letais, ganância, intimidação, blasfêmia, criação de mortos-vivos, associação com criaturas e seres malignos ou dos planos inferiores, corrupção e aliciamento de inocentes, etc.).

    Ser conivente com atos malignos ou criminosos, mesmo quando cometidos por um companheiro.


Exemplos de personagens neutros / bons da ficção:
Gandalf, o Cinzento
Sir Sparhawk (da trilogia literária The Elenium)
Robin Hood
Tanis Meio-Elfo e Flint Fireforge (Dragonlance)
Bruenor Battlehammer e Rei Nasher Alagondar (Forgotten Realms)
Imoen, Minsc e Khalid (Baldur’s Gate)
Wynne (Dragon Age)
Demolidor, Homem-Aranha e Dr. Estranho
Batman, Asa Noturna e Flash (Wally West)
Kakashi Hatake e Hashirama Senju (Naruto)
Piccolo, Kuririn, Bulma e Trunks (Dragon Ball)
Jon Snow e Davos Seaworth (GoT)

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