terça-feira, 10 de novembro de 2009

Interpretando personagens

A maioria dos sistemas de RPG que eu conheço aconselha os narradores e gamemasters a premiar seus jogadores por “boa interpretação de personagens”. Mas o que pode ser considerado uma boa interpretação?

Particularmente, eu considero que existem três tipos de jogadores:

  • Jogadores que incorporam à mesa seu personagem: fazem vozes, acentos, maneirismos, usam acessórios e até peças de vestuário, a fim de “se tornar” o personagem.

  • Jogadores que interpretam o PC do modo que seu personagem agiria em determinadas circunstâncias e situações, baseando-se em seu alinhamento, vantagens e desvantagens, personalidade, histórico, etc.

  • Jogadores que vêem seu personagem como uma “abstração” ou alter ego, e que os interpretam como seu fossem uma extensão de si próprios. Em outras palavras, o PC age do mesmo modo que o jogador agiria nessa situação.

Obviamente, os três modos de interpretação descritos acima são válidos. Não existe “modo correto” de se interpretar um personagem em uma mesa de jogo – ou melhor, o modo correto é aquele com que o jogador e seu grupo se sentem mais à vontade.

Como mestre, costumo premiar os três tipos de jogadores – para mim, o que importa é a coerência e o desenvolvimento dos personagens, não importa como o jogador queira interpretá-lo (desde que o interprete, é claro!)

Voltando um pouquinho no tempo, lembro do auge dos jogos da White Wolf aqui no Brasil, em que as descrições dos NPC’s traziam dicas para o mestre/narrador interpretá-los corretamente à mesa: modo de falar, postura corporal, acentos, etc. Parecia aula de teatro amador – e quando nenhuma das pessoas à mesa tinha talento para artes dramáticas, ficava ridículo.

No fim, é uma questão de estilo. Mas a possibilidade de interpretar um personagem é o que faz do RPG uma diversão ímpar e uma constante fonte de inspiração.

Até a próxima.
Ricardo

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