Um dos aspectos que mais me incomodava no AD&D era o fato de que todo clérigo, sacerdote ou druida podia lançar magias. Desde o mais humilde acólito até os hierofantes e hierarcas, todo e qualquer membro do clero lançava magias a torto e à direito.
Levando-se em conta que normalmente há mais clérigos do que magos em um determinado cenário, a magia divina podia ser considerada banal, corriqueira até - ainda mais se considerarmos que pelas convenções normais do AD&D, magias divinas de primeiro e segundo círculos são aprendidas pelo sacerdote em seu treinamento. Somente aquelas de terceiro círculo para cima são cedidas pela(s) divindade(s).
Eu, ao contrário, sempre preferi cenários onde a magia é algo raro. E sempre pensei que, se a magia arcana é algo difícil de se ver, a magia divina deveria ser muito mais difícil ainda.
Em minha abordagem, clérigos são comuns. Porém, 99,99% dos clérigos de uma determinada campanha não podem lançar qualquer tipo de magia. Eles servem a seu templo e sua comunidade de outro modo: conduzindo ritos e cerimônias, aconselhando e orientando os fiéis, ministrando obras de caridade, como hospitais e orfanatos, etc.
O sacerdote ou clérigo que pode lançar magias é um indivíduo raro. Ele é escolhido pela própria divindade para ser um profeta ou enviado da divindade. Ele não "aprende" suas magias, mas as manifesta como um dom ou graça de origem divina. Em suma, como milagres.
Esses místicos, santos e profetas são tão raros em minhas campanhas que somente os PCs clérigos e uns poucos NPCs possuem acesso a magias divinas. O restante do clero é composto de homens (e mulheres, se a campanha permite) normais.
Duas coisas inspiraram esse enfoque. Primeiramente, as hagiografias cristãs . Nelas vemos que os santos eram indivíduos especiais, únicos, que normalmente recebiam carismas como cura, clarividência ou profecia.
Em segundo lugar, os profetas bíblicos, como Santo Elias e Jeremias. Eles eram escolhidos por Deus para cumprir determinada tarefa e enviar mensagens ao povo. Nem todos eram sacerdotes - Amós, por exemplo, era um pastor de ovelhas, que aceitou seu chamado, ainda que um tanto reticente a princípio.
É essa a abordagem que quis implementar em minha campanha de fantasia. Claro que ela funciona bem justamente pelo fato de eu utilizar uma religião dualista. No "pseudo-politeísmo" chucro da maioria das campanhas, talvez fosse mais difícil utilizar esse enfoque, embora não impossível.
ola
ResponderExcluirtambem pq senao vc acaba reduzindo o clerigo a "medico!!!!"
de magia clerical a banal
bye
j roberto
Reduzir um personagem tão rico quanto o clérigo/sacerdote ao papel de médico é de lascar...
ResponderExcluirNessa minha abordagem, nem levei isso em conta, mas é uma solução.
Outra é que os jogadores sempre podem contratar um cirurgião-barbeiro para acompanhar o grupo. Ossos quebrados, pequenas cirurgias, extrações de dente, barba, cabelo e bigode.