sábado, 30 de abril de 2011

Bárbaros

Heróis (e anti-heróis) bárbaros são um dos mais conhecidos conceitos da literatura fantástica - principalmente no sub-gênero Espada & Feitiçaria, que berçou este tipo de personagem - e dos RPG's de fantasia. De cabeça, consigo pensar em pelo menos meia-dúzia de personagens: Conan, Sonja, Fafhrd, Thongor da Lemúria, Minsc, Wulfgar e até mesmo Groo, o Errante.

Todos esses personagens tem alguns traços em comum, como grande vigor e força física, espírito indômito, grande desprezo pelo "mundo civilizado" e seus costumes, odeiam magos e feiticeiros, e quase sempre são oriundos de uma sociedade primitiva ou tribal.

Historicamente, o termo "bárbaro" era utilizado pelos gregos da Antigüidade para se referir aos membros de civilizações não-gregas que eram considerados culturalmente inferiores - literalmente a palavra βάρβαρος significa "estrangeiro" e foi aplicada a uma série de povos, como celtas, etruscos e germânicos, entre outros.

Não é de se estranhar que o bárbaro tenha surgido também no Dungeons & Dragons. A primeira versão do bárbaro como classe de personagem apareceu na Dragon Magazine no. 63 (julho de 82) em um artigo escrito por Gary Gygax. Essa classe seria reescrita pelo próprio Gygax (de maneira ridiculamente poderosa e desbalanceada, se comparadas às outras classes do jogo) no suplemento Unearthed Arcana

Na 2a Edição, o bárbaro ressurgiu primeiramente como um kit de personagem no Complete Fighter's Handbook e, posteriormente, como uma classe de personagem opcional - com seus próprios kits - no interessante suplemento Complete Barbarian's Handbook.

Porém, a questão que me levou a escrever esta postagem é: nós precisamos mesmo de uma classe de personagem própria para os bárbaros? Será que não é possível criar um bárbaro decente utilizando a classe de personagem guerreiro?

Minhas respostas seriam "não" e "sim".
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Primeiramente, eu tenho uma abordagem bastante minimalista com relação às classes de personagem do AD&D. Acredito que novas classes, além daquelas descritas no Player's Handbook, só são necessárias se um determinado arquétipo ou profissão não puder ser feito com as classes já existentes.

Em segundo lugar, para mim "bárbaro" tem mais a ver com uma cultura do que com um arquétipo/profissão específico. A classe de personagem se refere tão somente aos guerreiros de uma cultura considerada primitiva pelos homens civilizados. Seguindo essa linha de raciocínio, teríamos classes de personagem para tudo... "moradores de cidades", "camponeses" e "mercadores". Blergh!

E, finalmente, em AD&D um bárbaro pode muito bem ser criado utilizando a classe de personagem guerreiro com as proficiências certas, o histórico de personagem apropriado e um pouquinho de role-playing.

É claro que eu não sou radical nessa questão. Se por um lado eu jamais permitiria a classe de personagem bárbaro em uma campanha de longo prazo, não teria problema algum em permití-los em jogos "one-shot", caso o jogador fizesse absoluta questão. 

Concorda? Discorda? Deixe sua opinião nos comentários. Não custa nada e seus dedos não irão cair.

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