quinta-feira, 19 de março de 2009

Drows

Em uma postagem recente de seu blog, minha amiga Ana descreveu algumas das experiências de suas personagens com os primos malignos dos elfos, os drows, também conhecidos como “elfos sombrios”. Inspirado no texto da Ana, resolvi abordar os vilões de pele obsidiana, mas por outra ótica – pois, ao contrário da maioria dos jogadores, senhoras e senhores, eu odeio os drows.

Pronto, falei!

Eu realmente não consigo dizer uma razão específica para desgostar deles, mas posso dizer que essa antipatia vem desde a primeira vez que li a descrição desses manés no Monstrous Manual.
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Seja qual for o motivo, o conceito dos drows simplesmente não funciona para mim. No vejo nessa raça motivação ou credibilidade suficiente para utilizá-los em minhas campanhas. A idéia original, de uma tribo de elfos que perdeu uma guerra, foi exilada para o subterrâneo e agora quer vingança contra o mundo da superfície parece algo datado, implausível ou saído de uma história ruim de ficção-científica da década de 50.
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O fato dos drows terem sido utilizados como vilões principais até a exaustão em muitos cenários oficiais pode ter contribuído para isso. E para piorar as coisas, na época que comecei a jogar RPG, lá pelos anos 90, a maioria dos jogadores que conheci queria fazer um “drow renegado” – conceito que, na maioria das vezes só levava à criação de clones mal-feitos de Drizzt. E acreditem, era difícil aturar esses personagens, quando todo drow renegado tinha aquela atitude emo, típica da década: “meu povo me odeia pois sou bom, o povo da superfície me odeia porque sou drow... ó vida, ó azar...” Argh!
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Originalmente o termo “drow” (e sua variante, “trow”) era utilizado no folclore escocês, mais especificamente no folclore das Ilhas Órcadas, para se referir a um tipo de fada maligna, muito semelhante aos svartalfar escandinavos.

Porém, os drows, como conhecemos no AD&D, foram criados pelo “pai da criança”, Gary Gygax. Sua estréia se deu na série de aventuras Against de Giants, publicadas em 1981. Desde então, as ignóbeis criaturas vem sendo utilizadas como vilões principalmente em Forgotten Realms, Greyhawk e em diversas aventuras. Infelizmente.

Porém, nem tudo está perdido. Dois cenários me apresentaram novos conceitos de elfos sombrios que, em minha opinião, funcionam muito bem.

Um deles vem do GURPS Fantasy. Neste cenários, elfos sombrios são apenas tribos ou grupos de elfos racistas e xenófobos que crêem que os elfos, devido à sua superioridade natural, deveriam governar o mundo e se livrar de todas as outras raças. Renegados pelos outros elfos, que consideram tal visão um sacrilégio, eles vivem isolados no interior de florestas antigas e impenetráveis, donde tramam sua vingança contra a humanidade. Este conceito pode não ser um primor de originalidade, mas é mais plausível.

O segundo vem de Dragonlance. Lá não existem drows; elfo sombrio é simplesmente um título dado a qualquer elfo que foi exilado devido à prática de algum crime que os elfos consideram hediondo, como assassinato de outro elfo ou, como no caso do mago Dalamar, prática de magia negra.

Uma outra alternativa, e que venho desenvolvendo há um tempo, é substituir os drows por seres feéricos sombrios, como foi feito no excelente suplemento The Shadow Rift, de Ravenloft - embora, nesse caso, muito provavelmente o DM terá de adaptar os diversos seres lá descritos à sua campanha particular, o que não é tão difícil.

Até a próxima.
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