quinta-feira, 22 de março de 2012

Reflexões sobre a 5a edição


Caros,

Como meio mundo já sabe, a "Wizbro" está preparando uma nova edição do D&D, com data estimada de lançamento para o ano que vem.

Os motivos que levaram a isso são óbvios a esta altura do campeonato: a "4a edição" se distanciou tanto das raízes do jogo - daquilo que fazia Dungeons & Dragons ser o que é - que simplesmente alienou fãs e jogadores de longa data, que migraram em massa para o Pathfinder, da Paizo (que nada mais é do que o sistema d20 com uma ou outra alteração). Segundo rumores (já que a Hasbro não divulga seus números), Pathfinder hoje em dia vende muito mais que a 4a edição.

Para piorar as coisas, a publicação da "4a edição" provocou um racha na comunidade de jogadores que talvez seja mais sério do que aquele provocado pelo lançamento da edição d20 no ano 2000. Lembre-se que quando a Wizards of the Coast lançou a Edição d20, AD&D estava agonizando e já não tinha uma base de fãs e consumidores tão grande; ao contrário, em 2008 o d20 ainda estava no auge (mesmo que já começando a bambear debaixo de tantos sourcebooks e player's guides que nada acrescentavam ao sistema além de "mais do mesmo": talentos, regras, classes, raças estapafúrdias, etc.).

Para solucionar o problema, Monte Cook, Mike Mearls e os demais designers e desenvolvedores da "Wizbro" têm a intenção de fazer com que a 5a edição seja modular, isto é, tenha um conjunto básico de regras que possa ser adaptado para o estilo de jogo de cada grupo atavés de "módulos".

Você prefere o D&D Clássico? AD&D? d20? "Seus problemas acabaram!" pois, teoricamente, a nova edição permitirá adaptar as regras do jogo ao "tipo" de (A)D&D que cada grupo prefere.

Sinceramente, ainda é cedo para tecer qualquer comentário ou opinião a respeito - e muito provavalmente só irei formar minha opinião após ler os livros, como fiz com as últimas duas versões do jogo. Porém, a idéia de um jogo modular é totalmente plausível.

Se eu fosse o encarregado da nova edição, eu faria da seguinte maneira:

Primeiramente, lançaria um conjunto de regras básico, simples porém funcional, que seria a pedra fundamental do jogo, e muito próximo das raízes originais do jogo (como D&D Clássico e AD&D). Vale lembrar que a "Wizbro" já tem um sistema que se presta a esse papel: o sistema d20. Os autores do Castles & Crusades nos mostraram como esse sistema funciona muito bem sem sobrecarregá-lo com feats, classes de prestígio e sourcebooks absolutamente inúteis (vide Stormwrack, Frostburn, etc.).

Esse "D&D Básico" teria como campanha-padrão o mundo de Greyhawk.

Em seguida, lançaria um módulo com todas as adições que os fãs de d20/Pathfinder gostam: toneladas de feats, classes de prestígio, opções para combate tático, regras para uso de miniaturas, etc. Seria um suplemento parecido com a antiga série Player's Options, lançada nos últimos anos do AD&D (e, para quem não sabe, muito do sistema d20 veio desses livros).

O mundo-padrão para essa versão "complexa" seria Eberron.

O problema seria integrar a "4a Edição". Não vou entrar no mérito se essa edição tem boas regras ou um bom sistema (ou não). Mas é preciso admitir que a mais recente versão do jogo distanciou-se tanto de suas raízes - e não me refiro apenas ao sistema do jogo, mas certas convenções e características que faziam D&D ser o jogo que todos amamos - que simplesmente não pode ser chamada de Dungeons & Dragons.

Como os designers vão resolver o problema de integrar os fãs da "4a edição" eu não tenho idéia. No fim, a decisão será baseada puramente em números, ou seja, em quem vale a pena investir para obter maior retorno financeiro - se os jogadores de edições antigas + os que migraram para o Pathfinder, ou os que jogam 4a edição atualmente.

No momento, vou esperar sentado para ver o que vai dar. E se a nova edição não me agradar, sem problemas. Ainda tenho meu AD&D e o Castles & Crusades.
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